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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A Origem do Lema Liberdade, Igualdade, Fraternidade


Por: Paulo Mathias
Retirado do Jornal Maçonaria Brasil - Março / 2006

As palavras Liberdade, Igualdade, Fraternidade estão associadas à Revolução francesa e à Maçonaria. Mas o lema não possui origem maçônica, como afirmam alguns autores. A Revolução Francesa, inicialmente, usou o lema Liberdade, Igualdade, ou a Morte (Liberté, Egalité, ou la Mort). Só a partir da segunda República, em 1848, é que ele se transformou em Liberdade, Igualdade, Fraternidade (Liberté, Egalité, Fraternité). Maçons em todo o mundo, que trabalhavam sob as influências francesas, acabaram vulgarizando a trilogia a ponto de ser considerada como lema exclusivamente maçônico.

A idéia de Liberdade, Igualdade, Fraternidade é bem mais antiga: há vestígios dela na criação do Comunismo Cristão, primeira seita comunista, em 1694, cujos membros acreditavam que o Messias aguardado se apresenta como “o Distribuidor de Justiça” (Igualdade), como “o Grande Irmão” (Fraternidade) e “o Libertador” (Liberdade).

A trilogia pode ser analisada através do ponto de vista exclusivamente iniciático ou sob o prisma político-social. E sob este prisma a Igualdade remete a um ideal de organização social, pelo qual lutou a humanidade, ao longo de sua evolução. Luta que
ainda perdura nos dias atuais, onde nações estão divididas em sistemas políticos, comunidades em classes sociais e indivíduos em posições econômicas, prejudicam qualquer esforço em benefício da igualdade irrestrita.

A Fraternidade remete à conduta que norteia a vida de um indivíduo. Almejada como objetivo de religiões, instituições sociais, partidos políticos, etc... estabelecendo o altruísmo contra o egoísmo, a benevolência contra a malevolência, a tolerância conta a intolerância, o amor contra o ódio. (JoséCastellani)

A Liberdade nasce com o indivíduo, atinge o consciente coletivo dos povos e produz fatos extraordinários. O sentimento de liberdade é o bem mais caro ao coração de um homem; e não há nada que o deprima tanto quanto a opressão da escravidão, o encarceramento da consciência e a privação da liberdade. (José Castellani)

Sob o prisma iniciático, a Liberdade nos remete à consciência da identidade básica de todos os seres e de todas as manifestações do espírito humano, acima de todas as distinções externas de posição social e grau de conhecimento, e de desenvolvimento intelectual. (José Castellani)

A Fraternidade é considerada o complemento da liberdade individual e da igualdade espiritual; é a tolerância, em relação à liberdade, e a compreensão, em relação à igualdade.

Por fim a Liberdade é definida como uma aquisição individual interior, independente da liberdade externa. Pode ser outorgada pela Lei ou pelas injunções da vida. É, em resumo, a liberdade que adquire buscando a Verdade, trilhando o caminho da virtude e do domínio dos vícios.